Asma: conheça a doença que ainda mata brasileiros e não tem cura
A médica Ingrid Catiste Fazolin explica que a doença, se não controlada, pode até mesmo causar problemas no coração por causa da dificuldade de oxigenação.
Apesar de bastante conhecida e comum, a asma é uma doença cuja gravidade é pouco considerada por parte da população. Problema mundial de saúde, a doença é crônica, afeta milhões de pessoas e ainda mata pacientes. De acordo com o DataSUS, banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), a média de internações por ano no Brasil por causa da doença é de 350 mil.
A médica Ingrid Ariel Lapas Catiste Fazolin (CRM PR: 43.218; CRM SP: 231.162; RQE 30.538) explica que a asma é uma inflamação que afeta as vias aéreas ou brônquios e que, normalmente, causa falta de ar ou dificuldade para respirar, “chiado” no peito e tosse. “Esses sintomas variam durante o dia, podendo piorar à noite ou de madrugada e com as atividades físicas. Os sintomas também variam bastante ao longo do tempo. Às vezes, desaparecem sozinhos, mas a asma continua lá, uma vez que não tem cura”, garante.
De acordo com ela, a causa exata da patologia segue desconhecida. Porém, acredita-se que pode ser gerada por uma série de fatores, que incluem causas genéticas e ambientais. Quando a asma está presente, alguns aspectos do ambiente podem fazer a doença piorar ou gerar sintomas. Os principais são:
- Fumaça de cigarro: a fumaça do cigarro (mesmo o eletrônico) é prejudicial aos asmáticos, mesmo se o doente não fumar;
- Ácaros: organismos microscópicos que habitam locais onde há acúmulo de poeira como: colchões e travesseiros, carpetes, bichos de pelúcia, estantes, papéis e até animais de pelo. Os ácaros e os excrementos produzidos aumentam a inflamação dos brônquios;
- Fungos: são encontrados no fim do verão e no outono, estações em que predominam ventos quentes e também pioram a asma por aumentar a inflamação dos brônquios;
- Pólens: são gatilhos comuns que predominam fora de casa sendo carregados pelo vento e podem agravar a asma pelo mesmo motivo dos ácaros e fungos;
- Animais de estimação: os pelos de animais podem piorar a asma, mas o grau e a frequência da exposição é que determinarão os sintomas. Além dos pelos, a descamação da pele do animal, a saliva, a urina e outros tipos de excreções podem ser gatilhos da asma, podendo ficar no ambiente por até seis meses após a retirada do animal;
- Fezes de barata: exposição a fezes pode provocar sintomas de asma. Piora por aumento da inflamação dos brônquios;
- Infecções virais: algumas infecções virais, como a gripe e o resfriado comum, são capazes de causar sintomas de asma ou de piorá-la;
- Exposição ao ar frio: ar muito frio e seco pode desencadear sintomas de asma por irritar os brônquios do asmático. Contudo, esse ar tem que ser muito frio, como o que ocorre nos invernos.
Pessoas que convivem com a asma costumam utilizar um tipo de tratamento conhecido como “bombinha”, que são medicamentos inalatórios para o controle de doenças respiratórias e, diferentemente do que muitos acreditam, não causam vício. “Esses remédios não curam a asma, mas a controlam muito bem”, pontua. Segundo a médica, as bombinhas também não fazem mal para o coração, pelo contrário. Ingrid ressalta que a falta de oxigênio, sim, pode causar riscos ao órgão, e uma asma não controlada e em crise provoca exatamente essa dificuldade de entregar oxigênio para o coração funcionar.
Palavra da Expert
A asma não tem cura. Mesmo sem sintomas, ela está presente. Contudo, existem tratamentos que melhoram muito o convívio e proporcionam o controle da doença. Por variar de asmático para asmático e também ao longo do tempo em um mesmo indivíduo, o tratamento da patologia deve ser individualizado, isto é, o que serve para um asmático pode não ser o melhor tratamento para outro. Por isso, é importante que o tratamento da asma seja orientado pelo seu médico. Se você ou alguém que você conhece lida com a asma, não hesite em buscar ajuda médica. Juntos, podemos garantir que todos os nossos concidadãos respirem mais facilmente e desfrutem de uma vida saudável e plena.
Ingrid Ariel Lapas Catiste Fazolin, médica